domingo, março 13, 2005

Antonio Fersil "Armaged00m"

        Editou o fanzine Delírio em fins da década de oitenta. Nesse periódico, publicava seus quadrinhos, juntamente com os de diversos autores, tais como Fabinni, Halen, Wally, Ruffus e até o Daniel HDR, atualmente muito conhecido por seus trabalhos em Digimon da americana Dark Horse e Dungeon crawlers pela brasileira Mythos. Cada número também trazia matérias e reportagens sobre quadrinhos. O acabamento gráfico das edições era bem modesto. A partir do número quatro, isso mudou, com uma impressão mais profissional.

        No Delírio, Antonio escreveu e desenhou a série Fúria, em três partes e o one-shot Sustos. Colaborou com diversas outras publicações underground, entre elas o aclamado Psiu de Edgard Guimarães, no especial Quadrinhos Mudos, iniciativa original onde as estórias eram contadas inteiramente através da arte, sem uma palavra sequer. Até a numeração das páginas e onomatopéias eram constituídos exclusivamente por elementos gráficos. Recentemente, o selo Vertigo fez algo parecido com a hq The System, entretanto, estão vinte anos atrasados para serem considerados originais. Com a hq Mito, Antonio Fersil fez parte de mais uma publicação inovadora: Deus; um álbum histórico, com duzentos e setenta páginas, reunindo nada menos que cinqüenta e sete nomes do quadrinho brasileiro! Depois, esteve presente em Eco-Lógico, uma edição em formato gigante toda voltada para o tema-título. Com O deus de cada um, exibiu seu texto e arte em mais uma das iniciativas de Edgard Guimarães: a edição comemorativa "PSIU 13 Anos", volumoso álbum com cerca de 130 páginas de puro quadrinho tupiniquim!

        Seu último trabalho nos quadrinhos foi O Dia dos Mortos. Nesta edição de maior fôlego e produção bem cuidada, Antonio apresentou uma bizarra estória de trinta páginas. Com seu texto sombrio e arte estilizada, nos apresenta a dois policiais corruptos e seus comparsas mafiosos, um repórter e uma simpática velhinha. Alguns deles não são o que parecem. Alguns são carrascos, outros vítimas. Intriga, violência e terror são as cores usadas para pintar um quadro que mostra que também as vítimas sabem usar o chicote! Esta hq em breve estará na seção de quadrinhos... E na íntegra! Aguardem.

        Já está afastado do mundo dos quadrinhos há bastante tempo. Desde então, tem dedicado-se à publicidade. Recentemente, com o advento da internet, voltou a escrever contos. Pretende voltar às histórias em quadrinhos, mas enquanto as circunstâncias não permitem, mata a saudade da arte sequencial ilustrando seus contos. Descobriu as fanfics e, com elas, a possibilidade de escrever temas diversos dos que normalmente utilizava em suas hq's e contos. Pode acompanhar o resultado disso, caro leitor, no site Quadrim. Lá, um time de escritores brilhantes leva personagens tradicionais e conhecidos do grande público por caminhos que seus autores "oficiais" jamais ousariam trilhar.


sábado, março 12, 2005

Nova HQ Nacional!!!

        Vai estar saindo do forno, muito brevemente, a sensacional edição especial "Dia dos Mortos"!

        A iniciativa, totalmente nacional, leva a assinatura de Fabinni, fanzineiro da velha guarda (nem tão velha, pô!). Afastado do circuito há um bom tempo, Fabinni retorna com esse que não é exatamente um trabalho inédito, mas que recebeu todo um novo tratamento digital. Além de cores, já que "Dia dos Mortos" foi originariamente publicada em preto e branco.

        Aguardem novas notícias... Bem aqui, nesta mesma blog-hora e neste mesmo blog-canal...

        Abaixo, uma palhinha:


O dia em que o Spirit ficou órfão...



        Até o dia de hoje, ele era a maior lenda viva dos quadrinhos. Neste dia ingrato, infelizmente, o mestre Will Eisner faleceu. O que falar sobre ele? Como modelar em palavras tudo o que esse artista representou para a arte sequencial?

        Mais que um pioneiro das onomatopéias e dos balões, como Lee e Kirby, Siegel e Shuster ou Finger e Kane, esse judeu de 87 anos praticamente criou um novo e envolvente segmento nos quadrinhos. Há mais de sessenta anos, quando os editore$ pediram-lhe que criasse um super-herói, gênero que estava em moda na época, Will Eisner torceu o nariz, mas resolveu aceitar o trabalho e, de quebra, sacanear os manda-chuvas editoriai$, fazendo o oposto do que eles queriam. Criou Denny Colt, um esperto e escorregadio detetive! Tá, mas e as roupas coloridas, capa e superpoderes? O fato é que o Jovem Will não queria escrever estórias sobre grandalhões fantasiados: queria escrever sobre pessoas; contos sobre gente comum, com vidas comuns, mas nem por isso essas estórias, passadas na época da grande depressão americana, eram desprovidas de emoção e interesse! Eram verdadeiras odes à humanidade e à sua estranha e paradoxal capacidade de fazer o bem com uma das mãos e o mal com a outra. Os editores, claro, chiaram à beça. Eisner - que já os desagradara suficientemente com seus quadrinhos sem qualquer vestígios de alienígenas, monstros, ou poderes vindos de acidentes inverossímeis - permitiu a concessão de desenhar uma pequena máscara sobre o rosto de seu personagem: assim nasceu o Spirit, ícone máximo da VERDADEIRA Era de Ouro dos quadrinhos. Com esse expediente, o então jovem Will enganou as editoras, fingindo que fazia estórias de um "super-herói" mascarado, mas, na verdade, estava fazendo outra coisa...

        Will Eisner criava ali toda uma nova linguagem gráfico-literária.

        O Spirit era apenas uma desculpa para que o artista escrevesse sobre o que queria. Um fio condutor para narrar os contos visuais de seu autor. Muitas vezes, o "herói" mal aparecia, ou então, apenas abria ou fechava "suas próprias" aventuras.


        Will não era apenas um estupendo desenhista, capaz de animar os rostos dos seus "homenzinhos" de nanquin com as mais marcantes e profundas emoções humanas: ele era também um escritor de rara sensibilidade; um homem à frente de sua era.

        O termo Graphic Novel, tão popular a partir dos anos 80, surgiu da mente fértil desse monstro sagrado da arte-seqüencial (outra de suas tiradas espetaculares). Ao telefone, na falta de um nome melhor para definir um de sus trabalhos, disparou: "O que estou preparando? Bem... é uma... Uma... Graphic Novel!!!"

        Will Eisner não vai deixar só saudades. Vai deixar uma prancheta vazia. Nela, bicos-de-penas órfãs jamais vão traçar novamente aquelas linhas imbuídas de vida... A fantástica vida de faz-de-conta que apenas o talento de um artista ímpar poderia gerar!

        Vá em paz, mestre...

        "Os portões dourados do Valhalla estão abertos. Lá, te esperam, com a pompa e a glória que mereces!"


Bonequinhos do... METALLICA?!

        Quando astro de rock fica velho é que a gente vê a extensão dos danos que os ácidos causaram às suas células cerebrais...


Semântica...

        Alguma alma perdida, que venha a aparecer por aqui, pode perguntar-se por que diabos o blog tem esse nome esquisito.

        Por que "Comandando Tempestades"?

        Simples, oras: além de ser fã do Thor, personagem de quadrinhos inspirado no deus viking, também adoro a mitologia nórdica. Os guerreiros do norte, que assolaram há mais de mil anos as costas da Europa (e, quem sabe, das Américas também...), deixaram sua influência na cultura, artes e religião, por onde quer que passassem. Só pra dar um exemplo, a Quinta-feira, "Thursday" em inglês, é uma homenagem ao deus nórdico do trovão e das tempestades (Thursday = Dia de Thor). O Filho de Odin também era um arquétipo de virilidade, a comandar a fúria das tormentas com seu martelo (Mjolnir) em riste, tal símbolo fálico.


No ínicio havia a escuridão...

        ... Até que achei o botão do interruptor.

        Mas não era isso que eu queria dizer. A verdade é que, para um ano novo, nada melhor que uma nova experiência... Um blog! Até já tive mais de um site na internet (cujo endereço talvez depois poste aqui), mas sempre tive curiosidade de experimentar essa troço de blog. Bem, aqui estamos! Vou flertar com essa geringonça e ver se me dá algum barato. É isso aí, gente: vai depender também das visitas que eu tiver por aqui. É chato ser profeta no deserto.

        Bom, quem se aventurar por estas paragens, que fique avisado: nada de coisas fofas e meigas por aqui... Ao menos, não depois que, no churrasco do Reveillon, assamos o último exemplar de mico leão dourado.

        É isso aí... Fui!